Friday, May 11, 2007

Eco


Se me respiro, sinto em me afogar
ultimamente a língua insiste em esfaquear as palavras belas, as poesias íntimas
sinto que me despi dos lírios que certa vez vesti...nesta secura de garganta, tão penosa e solitária
As lágrimas me queimam a voz, os pensamentos e esperanças
Sou vítima do aborto do futuro, se atravessasse a rua teria-me fim?
Apenas prevejo as noites escuras de tempestade, frio...café e absinto que creio terem sido os mais belos companheiros de Clarice.
Hoje receiro admitir que tuas palavras tão desesperadas de saltar da alma, me são os gritos mais profundos do abismo que me liga a vida, um fio de estrelas falsas e espuma
areia de vidro que me estraçalha o espírito e razão. Sinto que as cores se esvaieceram, os jardins , antes amenos, murcharam. Restei-me só entre as cinzas de algo que um dia fui. Me fui.
Fugi junto daqueles que certa vez aqui estiveram, e de manjericão do perfume , fez-se o veneno, que te prende a lábios tão frígidos por pena da alma côxa.
Quem sabe nesta noite tão fria eu me deixe contorcer, atando o mais firme nó, para que assim, o resto de cor não me escape, agora que o corpo pede um pouco mais de alma.
A vida não para...de me escapar.
Será que seremos dois, adestrados pela vida? Não sei onde prenderam minha vontade, se bem que ultimamente tenho me sentindo indisposta de procurá-la.
A mansidão devora...mas minha ferocidade ainda está intacta [ isso eu garanto]
.:.
E será preservado.

1 comment:

Unknown said...

Boba, dar nó não adianta não!

Relaxa, é feito trocar de pele.